Sinais Franciscanos

O TAU

É uma letra dos alfabetos hebraico e grego.  Baseado no texto de Ezequiel 9,4, o TAU tornou-se símbolo da cruz de Cristo. Na época de São Francisco de Assis era muito comum o uso do TAU como sinal de salvação. Os eremitas de Santo Antão usavam o TAU como sinal de pertença a irmandade e de serviço de caridade. O contato de São Francisco com os eremitas através do cuidado dos leprosos levou-o ao uso do TAU. Todavia, é o apelo do Concílio Lateranense IV, convocado pelo Papa Inocêncio III para a defesa dos lugares santos e para a renovação de toda a Igreja que, São Francisco assumirá o TAU como seu distintivo próprio. O TAU é sinal de compromisso com o Evangelho e a Evangelização. Usar o TAU é abraçar Jesus Cristo e seu projeto de salvação de ser mensageiros do Grande Rei.

O HÁBITO FRANCISCANO

A primeira coisa que chama a atenção de quem se aproxima dos franciscanos é o hábito. Porque suscita curiosidade e perplexidade, dado que a forma e a cor variam segundo as diversas famílias franciscanas, seja masculina que feminina. Por isso, uma das perguntas mais frequentes dos peregrinos e turistas que vão à Basílica de São Francisco, onde é fácil confrontar-se, é está: porque negro ou cinza? Mas o hábito franciscano não é marrom? Neste artigo daremos uma resposta ao argumento do ponto de vista da forma e cor, sem mencionar o significado teológico-espiritual do hábito franciscano, que merece ser estudado à parte.

Hoje nenhuma das ordens ou congregações franciscanas, nem pela forma, nem pela cor, veste o hábito de São Francisco que era em forma de cruz e de cor acinzentada ou de terra, resultado da mistura, em partes iguais, de fios de lã branca e negra ou castanha escuro. Existe quem afirma que o Santo de Assis e os seus companheiros não se vestiam de forma diferente dos pobres e camponeses de seu tempo, mas em seus escritos e biografias se diz alguma coisa diferente.  O certo é que o modo de se vestir dos frades menores (túnica longa, capuz, corda e calças) era muito mais pobre do que dos outros religiosos de então, e isto lhes permitia estar mais próximos aos indigentes e mendicantes, mas não se pode negar que foi um verdadeiro distintivo religioso, que os distinguia dos seculares. As duas regras de São Francisco e as biografias se referem em particular mais a humildade do hábito dos frades menores que da cor ou da forma da túnica e do capuz.

COROA FRANCISCANA

A Coroa das Sete Alegrias de Nossa Senhora é uma antiga devoção franciscana. Por isso é também chamado de Rosário Franciscano. A espiritualidade de São Francisco canta os louvores a Deus por tudo de bom que o Senhor nos faz. Na Coroa Franciscana, celebramos as grandes alegrias da Virgem Maria. São Sete alegrias e rezamos um Pai-Nosso, dez Ave-Marias e um glória ao Pai para cada alegria de Nossa Senhora. Existe uma tradição segundo a qual Nossa Senhora, antes de sua Assunção ao Céu, teria vivido 72 anos nesta terra. Por isso, na Coroa Franciscana rezam-se duas Ave-Marias antes das sete dezenas, completando, assim, uma Ave-Maria para cada ano de vida de Nossa Senhora.

CRUZ DE SÃO DAMIÃO

Este ícone, geralmente denominado Cruz da Vocação franciscana,inspirado na teologia do Evangelho de São João, é de fundamental importância para toda a Família Franciscana porque foi através dele que Deus inspirou Francisco de Assis a abandonar o mundo para seguir Jesus Cristo, pobre e crucificado. Mas é também importante para compreendermos, sempre mais e melhor, o real e verdadeiro sentido do carisma e da missão da Vida Consagrada.

Cristo aparece crucificado e ao mesmo tempo vivo, ressuscitado, glorioso. O ícone parece proclamar que não existe um Cristo ressuscitado e vivo sem a Cruz, fora da Paixão. Cruz e paixão não são meros fatos históricos, pertencentes a um passado próximo ou longínquo, mas revelação do modo de ser do Deus de Jesus Cristo, sua identidade mais profunda e eterna: um Deus misericordioso e apaixonado, que ama e sofre com seus filhos. Por isso, o que impressiona nesta representação é a dinâmica da universalidade da misericórdia redentora de Deus, realizada pela gloriosa Paixão de seu Filho querido.

Ereto sobre a cruz, em vez de esmagado e sucumbido pela dor e pelo sofrimento, como nas representações modernas, Cristo aparece sereno e vitorioso, de olhos abertos, contemplando e abraçando o Reino que o Pai lhe confiara: a Humanidade, o mundo inteiro, céu e terra. Dominando todo o quadro, não apenas pelo tamanho do seu corpo mas, principalmente, pela sua luminosidade, parece repetir: Eu sou o caminho, a verdade e a vida (Jo 14,6)… Eu sou a luz do mundo; quem me segue não anda nas trevas mas terá a luz da vida (Jo 8,12). Parece proclamar que agora seu reinado no mundo passou da promessa para a realização; que chegou a hora de seus amigos tomarem parte (Cf Jo 13,18) dele e de beberem da vinha do Reino do Pai (Cf Mt 26,29). ( FASSINI, Frei Dorvalino Francisco. Vida Cosagrada e Formação. Província São Francisco de Assis, OFM. Porto Alegre-RS, 2002.).