O Pentecostes cristão acontece em cumprimento à promessa de Jesus, após sua ascensão aos céus, quando enviou o Espírito Santo sobre Maria e os apóstolos. |
A palavra Pentecostes vem da palavra grega “pentekosté” e significa “quinquagésimo”, ou seja, representa o 50° dia depois da Páscoa. Nesse tempo, comemora-se a vinda do Espírito Santo e o Nascimento da Igreja Católica. Antes de ser uma celebração cristã, Pentecostes era uma festa judaica, associada ao tempo de colheita, relacionando-se depois ao dia em que Deus entregou as tábuas da Lei a Moisés, no Monte Sinai. O Pentecostes cristão acontece em cumprimento à promessa de Jesus, após sua ascensão aos céus, quando enviou o Espírito Santo sobre Maria e os apóstolos, reunidos no cenáculo, conforme São Lucas narra em Atos dos Apóstolos 1,4-8:
“Descerá sobre vós o Espírito Santo e vos dará força; e sereis minhas testemunhas
em Jerusalém, em toda a Judéia e Samaria e até os confins do mundo.” (At 1,8) |
Nessa ocasião, aconteceu a efusão do Espírito Santo, enchendo os apóstolos dos seus dons e da força que os impulsionou a testemunhar o Cristo ressuscitado no mundo. Essa era a missão dos apóstolos.
Como no episódio das Bodas de Caná (Jo 2,1-11), Maria também tem especial importância em Pentecostes. Cabe lembrar que desde a cruz, antes de morrer, Jesus nos deu sua Mãe como nossa mãe na pessoa de São João, e ele a acolheu como Mãe. Na verdade, todos os discípulos já haviam acolhido Maria como mãe, desde a vida pública de Jesus, pois ninguém, senão ela havia participado de toda a vida de seu Filho, desde o momento da concepção até a ressurreição. Entendo que esse fato fez com que fosse “preenchido” o vazio deixado pela ausência física de Jesus após sua ascensão.
Muitos poderiam pensar: “Maria era repleta do Espírito Santo, Templo da Santíssima Trindade, então por que estaria presente no evento de Pentecostes?”. Para essa pergunta, atrevo-me a responder: em Pentecostes nasce a Igreja e Maria, como esposa do Espírito Santo, configura-se como Mãe do Corpo Místico de Cristo, tornando-a indissoluvelmente unida ao mistério de Cristo, pela Encarnação, e à Igreja. Não existe Igreja sem Maria e Maria sem a Igreja.
Ela também é a Mãe dos apóstolos. Nesse contexto, é fácil perceber que é a presença materna de Maria que auxilia os discípulos a perseverarem na fé e na espera do Espírito Santo Consolador. Por isso, permaneciam unidos em oração, suplicando a Deus a vinda do Paráclito, do Fogo abrasador. Dessa forma, Maria molda maternalmente os apóstolos em irmãos, preparando-os para acolher o Espírito Santo.
“Ora, se vós, que sois maus, sabeis dar coisas boas aos vossos filhos, quanto
mais o Pai do céu dará o Espírito Santo aos que lhe pedirem!” (Lc 11,13) |
Como cristãos batizados somos chamados a refletir sobre Pentecostes, pois “somos todos templo do Espírito Santo”, como diz São Paulo (I Cor 6:19). Lembremos que Jesus afirma:“Ora, se vós, que sois maus, sabeis dar coisas boas aos vossos filhos, quanto mais o Pai do céu dará o Espírito Santo aos que lhe pedirem!” (Lc 11,13).
da Academia Marial de Aparecida