Frei Martinho Maria de Porres Ward, OFM. Conv., nasceu em Massachusetts, Estados Unidos da América, em 20 de março de 1918. Filho de William Ward e Clara Irby, progenitores de uma grande família formada pelos filhos: William, Ernest, Harry, Hazel, Maurice, Beatriz, Earl, Gladep, Viola, Máxime, Gloria e Dolores. Metodista, converteu-se ao catolicismo quando tinha 18 anos de idade. Fez sua Primeira Comunhão aos 19 anos. Participou nas atividades religiosas de várias paróquias até que, em 1942, com 24 anos, tocado pela graça de Deus, decidiu ser sacerdote, e entrou para o seminário. Estudou latim e grego e, posteriormente, filosofia e teologia. Cursou o Seminário Menor em New York em Michigan. Em 1947 fez o noviciado em Cohoes, N.Y.; em 1948, nesta mesma cidade fez sua primeira profissão. Ordenado sacerdote, na Ordem dos Frades Menores Conventuais, em 04 de junho de 1955, N.Y., vem neste mesmo ano para o Brasil, e em 1956 chega em Andrelândia. Trabalhou também nos Estados do Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e Goiás. Pelo menos 22 anos de sua vida sacerdotal foi exercida em Andrelândia/MG, cidade que ele tanto amava.
Testemunho feito por Maria Adélia de Andrade, paroquiana residente em Andrelândia, membro da equipe de Animação vocacional.
Frei Martinho Maria de Porres Ward, OFM Conv. fez do Brasil sua pátria e de Andrelândia sua terra do coração.
Dos seus 81 anos de vida e 51 anos de profissão religiosa, 23 anos foram passados em Andrelândia – MG, vivendo o Evangelho, seguindo Jesus Cristo, a modo de Francisco de Assis. Foi aqui sacerdote e professor e todos os andrelandenses foram testemunhas, não só de suas virtudes, como de sua sólida cultura e suas qualidades pessoais. Era um homem piedoso, um homem de oração. Culto, sabia bem o latim e o grego. Tinha uma bela voz, rezava muitas missas cantadas.
Muito caridoso, atendia sempre os pobres, socorrendo-os, dentro de suas possibilidades, nas suas necessidades materiais. Homem simples, humilde, amigo de todos, alegre, brincalhão, cortês, um homem bom, no sentido mais amplo do termo. Tinha ainda grandes dotes culinários, e não raro, nos almoços festivos da Ordem, ou mesmo no dia-a-dia do seminário, oferecia a todos pratos que ele mesmo preparava.
Em 1956 chega a Andrelândia e exerce, por alguns anos o cargo de professor, no colégio São Boaventura, nesta época dirigido pelos Frades Menores Conventuais, mantendo com alguns ex-alunos uma amizade que durou a vida toda.
Ausenta-se por um curto período trabalhando nos estados do Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e Goiás, voltando em 1985 para Andrelândia, aceitando o desafio da reabertura do seminário São Francisco de Assis e aqui fica até sua morte. Sempre participava dos Encontros Vocacionais contando aos vocacionados a história de sua vocação: sua conversão ao catolicismo, sua persistência nos estudos, a luta contra os problemas de saúde e outros mais que teve que enfrentar, até conseguir seu objetivo de ser sacerdote.
Como sacerdote exerceu o cargo de Capelão das Irmãs Sacramentinas, tanto na Casa de Misericórdia como no colégio, na assistência espiritual dos enfermos, aos alunos e às irmãs. Na paróquia foi um grande colaborador de todos os párocos que por aqui passaram, celebrando missa diariamente na paróquia, atendendo confissões, sempre incansável, solícito e disponível.
Dele podemos dizer, foi um autentico franciscano, espalhando durante toda sua vida somente: “Paz e Bem”; e sempre entoando: “Laus Deo Semper”!
Em 28 de março 1995, através da Lei Municipal nº 956/95, FREI MARTINHO é agraciado com o título de Cidadão Andrelandense, para a alegria de todos que aprenderam a admirar sua figura simples, alegre, bondosa e sempre disponível a servir o Povo de Deus.
Nos dias 19 e 20 de março de 1998, numa gratíssima efeméride, os andrelandenses comemoraram seus 80 anos de vida e 50 anos de Consagração Religiosa.
Por ocasião de sua morte, mais uma vez, a cidade demonstrou-lhe toda a sua veneração, afeto e gratidão, tributando-lhe justíssimas homenagens e rendeu louvores a Deus por sua bondade e santidade. Morre no dia 22 de junho de 1999, no Rio de Janeiro onde tinha ido, um dia antes para se tratar. Está enterrado no lugar que em vida já tinha escolhido e preparado no pequeno cemitério do Seminário São Francisco de Assis em Andrelândia – MG, onde é sempre lembrado pelo amor a Deus e a comunidade, pelo carinho que sempre demonstrou pelo povo andrelandense, principalmente pelos mais necessitados.
(Histórico custodial, recompondo o passado – Frei Ronaldo Gomes)