Ordem dos Frades Menores Conventuais

VOTO DE CASTIDADE NA VIDA CONSAGRADA FRANCISCANA

“A castidade é a solícita custódia e contínua guarda dos sentidos carnais e espirituais, conservando-os somente para Deus, puros e imaculados.” (Ditos de Frei Egídio – VIII)

 
O voto de castidade na vida consagrada tem sua origem e ponto de partida na vida celibatária de Jesus; para que todos quantos queiram segui-Lo possam ter em sua caminhada a mesma relação de fecundidade, intimidade e afeição com o Pai.
A intimidade de Jesus com o Pai revela um coração, um olhar, uma vida voltada para o amor. Um amor capaz de preencher e tornar fecundo o coração de todo aquele que Dele se aproxima. E mostrar para todo o ser humano que só neste amor é possível amar o nosso próximo com o mesmo amor com que fomos amados por Deus: “Nós amamos porque Ele nos amou primeiro.” (I Jo 4,19)
 No entanto, o consagrado(a) na vida religiosa é chamado a fazer experiência da mesma entrega e confiança em Deus a exemplo de Jesus. Esta mesma entrega exige um voltar-se pura e simplesmente para o amor do Pai. Viver de amor é a vocação de todo o consagrado, no qual assume um coração indiviso e capaz de amar a Deus e a todos com a mesma gratuidade com que foi e é amado.
A vida celibatária é a expressão da gratuidade de Deus presente na história humana. Porém, o voto de castidade do consagrado vai além do celibato e da condução de uma vida casta. O consagrado é chamado a assumir a virgindade da mesma forma que Cristo assumiu em vista de sua missão. Qual é a missão de Cristo?
Na vida consagrada não se é casto em vista de si mesmo, mas “por causa do Reino dos céus e que é sinal do mundo futuro e fonte de maior fecundidade, num coração indiviso…” (CIC 599). Isto é, “o consagrado faz-se virgem não para si, mas para ser mãe de muitos filhos, como assevera Jesus aos Apóstolos.” (Frei Dorvalino, Vida Consagrada e Formação)
Portanto, o voto de castidade é o anúncio do Reino do amor de Deus que se estabelece no meio da humanidade. É a proclamação da liberdade, da gratuidade e da possibilidade de amar como Jesus amou: sem medidas e sem restrições. É assumir a sua missão de proclamar à todos a Boa-Nova, a justiça, a caridade, o perdão, a misericórdia, a verdade, a vida em plenitude e o amor gratuito do Pai.
 Proclamar é ser o que se anuncia.

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