Ordem dos Frades Menores Conventuais

TAU

Toda a família franciscana nutre um grande carinho pelo TAU, fazendo ele seu distintivo e seu programa de vida. Mas não só os franciscanos; também outras pessoas que se identificam interiormente com a mensagem de São Francisco de Assis, “o irmão universal”, usam com cada vez mais freqüência o TAU como expressão de sua simpatia e do seu compromisso com os ideais do Santo de Assis.

O que significa o TAU? Como São Francisco de Assis chegou a fazer dele “seu selo e sua assinatura”? Que programa de vida e de ação encerra todos os que, hoje, o usam?

1- O significado do TAU.

            O “TAU”  é uma letra dos alfabetos hebraico e grego (T). No alfabeto hebraico (língua em que foi escrita a Bíblia), ela ocupa o último lugar, passando a significar, assim, a “complementação da Lei”. Ela é, também, a primeira letra da palavra “Torah” (Lei). A letra grega TAU, baseando-se no texto do profeta Ezequiel 9,4, tornou-se o símbolo da cruz, fim e complementação da antiga Lei: “Percorre a cidade, o centro de Jerusalém, e marca uma cruz (TAU) na fronte os que gemem e suspiram devido a tantas abominações que na cidade se cometem”

Na época da Patrística (primeiro séculos da Cristandade), a letra TAU foi interpretada como a Cruz de Jesus Cristo, símbolo da complementação da antiga Lei. Pelo seu aspecto gráfico, o TAU (T) lembrava um mastro de um navio. Navio simbolizava a Igreja (Barca de Pedro, comunidade dos redimidos), o mastro simbolizava também a cruz de Cristo, que é a força condutora da Igreja.

2- São Francisco e o TAU.

Como São Francisco chegou a usar o TAU, de modo a identificar-se com ele?

  1. a) Pela influência da época. Na época de São Francisco o TAU era conhecido comumente pelo povo e entendido como sinal de salvação. com seu rico significado simbólico e com seus poderes de afastar peste ou curar doentes.
  2. b) Pelo contato com os Eremitas de Santo Antão (ou Antônio). Sabe-se que a conversão definitiva de Francisco, o encontro com Cristo pobre e crucificado, se deu no beijo depositado no rosto de um leproso. Os primeiros anos de sua vida segundo o Evangelho, Francisco passou tratando dos Leprosos, nas proximidades de sua cidade natal, Assis. Os leprosos eram para ele a presença viva do próprio Cristo. Ora, nas idas a Roma costumava a hospedar-se no hospital de leprosos mantidos pelos irmãos de Santo Antônio. Estes portavam este grande TAU nos seus hábitos, sinal de pertença a irmandade e de serviço de caridade.
  3. c) O TAU, símbolo do compromisso com o Evangelho e da renovação da Igreja. A mais forte influência, para o uso do TAU, exerceu sobre São Francisco o Concílio Lateranense IV, convocado pelo Papa Inocêncio III e iniciado aos 11 de novembro de 2015.

O Papa convocou este Concílio com o propósito de despertar toda a Cristandade para dois objetivos: a defesa dos lugares Santos da Palestina, contra os Sarracenos e, o que é mais importante, para uma campanha de renovação da Igreja universal.

A importância deste Concílio expressam bem o número das pessoas convocadas pelo Papa: 2.212 padre conciliares, dos quais 412 bispos, 800 abades e superiores das ordens religiosas, e o restante, os embaixadores, teólogos e líderes dos movimentos religiosos. São Francisco foi convidado a participar deste Concílio na qualidade de fundador da nova Ordem.

O Papa abriu os trabalhos conciliares com uma fantástica pregação que imediatamente adquiriu uma larga repercussão. O fio condutor foram as palavras de Cristo: “Ardentemente desejo comer esta Páscoa convosco” (Lc 22,15). Lembrou que “Páscoa” significa “passagem” a fez votos que o Concílio, a nova Páscoa, dê início a tríplice “passagem”: corporal, espiritual e eterna. A passagem corporal seria a cruzada e a recuperação de Jerusalém; a passagem espiritual deveria ser a mudança de costumes, ou seja a reforma da Igreja; a passagem eterna significaria a renovação da vida espiritual pelos Sacramentos, especialmente da Eucaristia e da Penitência. A segunda parte da pregação, referente a passagem espiritual, foi o enérgico comentário ao capítulo 9 do Livro de Ezequiel. O Papa fez suas as palavras do Profeta: ” Percorre a cidade. o centro de Jerusalém, marca com uma cruz (com o TAU) na fronte os que gemem e suspiram devido a tantas abominações que na cidade se cometeram” (Ez 9,4), e acrescentou: O TAU é a última letra do alfabeto hebraico e a sua forma representa a cruz, exatamente tal e qual foi a cruz antes de ser nela afixada a placa com a inscrição de Pilatos. O TAU é o sinal que o homem porta na fronte quando com todo o seu ser revela a irradiação da cruz… Sejam portanto, os mestres dessa cruz”

São Francisco ficou vivamente impressionado com este apelo. Sentiu-se pessoalmente convocado a fazer conforme a Igreja lhe pedia: do apelo do Papa fez o programa da sua vida e apostolado e do sinal do TAU fez o seu próprio distintivo.

3- O TAU, sinal do compromisso com o Evangelho e com a “Nova Evangelização”.

São Francisco de Assis continua sempre vivo, assim como sua mensagem de “viver o Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo”. Sua mensagem é universal, porque o próprio Evangelho que ele viveu de forma tão simples e tão humana, é universal, é Boa Nova para todos. Jesus é esta Boa Nova! Jesus é a solução!

Usar, hoje, o TAU, significa abraçar este Cristo, modelo do homem total, homem feliz. Significa comprometer-se com as exigências do Evangelho e com a Nova Evangelização.

Usam o TAU aqueles que se fazem, como São Francisco, “mensageiros do Grande Rei”.

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