Ordem dos Frades Menores Conventuais

Artigos, Destaques › 10/11/2020

Admoestações de São Francisco de Assis

Admoestações – 1

O CORPO DO SENHOR

Diz o Senhor Jesus a seus discípulos: Eu sou caminho, verdade e vida; nin­guém vai ao Pai se não por mim.

Se conhecesses a mim, também conheceríeis certa­mente meu Pai; e desde agora o conheceis e o vistes.

Diz-lhe Filipe: Senhor, mostra-nos o Pai e basta para nós.

Diz-lhe Jesus: Tanto tempo estou con­vosco e não me conhecestes? Filipe, quem me vê, vê também meu Pai (cf. Jo 14,6-9).

O Pai habita a luz inacessível (cf. 1Tm 6,16), e Deus é espírito (Jo 4,24), e a Deus nunca ninguém viu (Jo 1,18).

Por isso não pode ser visto senão em espírito, porque é o espírito que vivifica; a carne não adianta nada (Jo 6,64).

Mas nem o Filho, no que é igual ao Pai, é visto por al­guém diferentemente do Pai, diferen­temente do Espírito Santo.

Por isso todos os que viram o Senhor Je­sus segundo a humanidade e não viram e creram segundo o espírito e a di­vindade que ele era o verdadeiro Filho de Deus, foram condenados;

assim também agora todos os que vêm o sacramento que se consagra pelas palavras do Senhor sobre o altar por mão do sacerdote na forma de pão e vinho, e não vêem e crêem segundo o espírito e a di­vindade, que é verdadeira­mente o santíssimo corpo e sangue de nos­so Senhor Jesus Cristo, foram condenados,

10 pelo testemunho do próprio Altíssimo, que diz: Este é meu corpo e meu sangue do Novo Testamento [que será derramado por muitos] (Mc 14,22,24) e:

11 Quem co­me a minha carne e bebe o meu san­gue, tem a vida eterna (cf. Jo 6,55).

12 Por isso o espírito do Senhor, que mora em seus fiéis, é quem recebe o san­tíssimo corpo e sangue do Senhor.

13 Todos os outros, que não têm o mesmo espírito e presumem recebê-lo, comem e bebem a própria conde­nação (cfr. 1Cor 11,29).

14 Por isso: Filhos dos homens, até quando tereis um coração pe­sado? (Sl 4,3).

15 Por que não conheceis a ver­dade e credes no Filho de Deus? (cfr. Jo 9,35).

16 Eis que se humilha diariamente, como quando veio do trono real (Sb 18, 15) ao útero da Virgem;

17 vem diariamente a nós ele mesmo aparecendo humilde;

18 des­ce todos os dias do seio do Pai (cfr. Jo 6,38; 1,18) sobre o altar nas mãos do sacerdote.

19 E como se mostrou aos santos após­tolos em carne verdadeira, assim também a nós agora no pão sagrado.

20 E como eles com a visão de sua carne só viam a carne dele, mas criam que era Deus contemplan­do com olhos espirituais;

21 assim também nós, vendo o pão e o vinho com os olhos corpo­rais, vejamos e creiamos firmemente que é seu santíssimo corpo e sangue vivo e verda­deiro.

22 E desse modo o Senhor está sempre com os seus fiéis, como ele mesmo diz: Eis que estou convosco até a consumação do século (cf. Mt 28,20).

Admoestações – 2

O MAL DA VONTADE PRÓPRIA

1 Disse o Senhor a Adão: Come de toda árvore, mas da árvore do bem e do mal não comas (cf. Gn 2,16-17).

2 Podia comer de toda árvore do pa­raíso porque, enquanto não foi contra a obediência, não pecou.

3 Pois come da ár­vore da ciência do bem aquele que se apro­pria de sua vontade e se exalta pelos bens que o Senhor diz e opera nele;

4 e assim, por sugestão do diabo e por trans­gressão do mandamento, tornou-se pomo da ciên­cia do mal.

5 Por isso precisa sofrer a pena.

Admoestações – 3

A OBEDIÊNCIA PERFEITA

1 Diz o Senhor no Evangelho: Quem não renunciar a tudo que possui, não pode ser meu discípulo (Lc 14,33); e:

2 Quem quiser salvar sua alma, vai perdê-la (Lc 9,24).

3 Deixa tudo que possui e perde seu corpo o homem que se entrega inteiro à obediência, nas mãos de seu prelado.

4 E tudo que faz e diz, que saiba que não é contra sua vontade, se é bom o que faz, é verdadeira obediência.

5 E se alguma vez o súdito vê coisas melhores e mais úteis para sua alma que as que lhe ordena o pre­lado, sacrifique as suas volunta­riamente a Deus, e trate de cumprir com o­bras as coi­sas que são do prelado.

6 Pois essa é a obediência caritativa (cf. 1Pd 1,22), que sa­tisfaz a Deus e ao próximo.

7 Mas se o prelado ordenar alguma coisa contra a sua alma, ainda que não lhe obedeça, todavia não se separe dele.

8 E se por isso sofrer perseguição de al­guns, ame-os mais por Deus.

9 Pois o que prefere so­frer perseguição a separar-se de seus irmãos, permanece de verdade na obe­diência perfeita, porque dá sua vida (cf. Jo 15, 13) por seus irmãos.

10 Pois há muitos religio­sos que, com a desculpa de que vêem coi­sas melhores do que as mandadas por seus pre­lados, olham para trás (cf. Lc 9,62) e voltam ao vômito (cf. Pr 26,11; 2Pd 2,22) da própria vontade;

11 estes são homicidas e, por seus maus exemplos, põem a perder muitas al­mas.

Admoestações – 4

QUE NINGUÉM SE APROPRIE DA PRELATURA

1 Não vim para ser servido mas para ser­vir (cf. Mt 20,28), diz o Senhor.

2 Os que estão constituídos sobre os ou­tros, gloriem-se dessa prelatura como se ti­vessem sido encarregados do ofício de lavar os pés dos irmãos.

3 E quanto mais se pertur­bam por lhes tirarem a prelatura do que por lhes tirarem o ofício de lavar pés, tanto mais acumulam bolsas para o perigo da alma.

Admoestações – 5

QUE NINGUÉM SE ENSOBERBEÇA MAS SE GLORIE NA CRUZ DO SENHOR

1 Considera, ó homem, em que grande excelência te pôs o Senhor Deus, porque te criou e formou à imagem de seu dileto Filho segundo o corpo e à sua semelhança segundo o espírito (cf. Gn 1,26).

2 E todas as criaturas que há sob o céu, a seu modo servem, conhe­cem e obe­decem seu Criador melhor do que tu.

3 E mesmo os demônios não o crucifi­caram mas tu com eles o crucificaste e ainda crucificas, deleitando-te em vícios e pecados.

4 De quê, então, podes gloriar-te?

5 Pois se fosses tão sutil e sábio que ti­vesses toda a ciência (cf. 1Cor 13,2) e soubesses interpretar toda espécie de lín­guas (cf. 1Cor 12,28) e investigar subtilmente sobre as coi­sas celestes, não podes glo­riar-te em todas essas coisas;

6 porque um só demônio sabia as coi­sas do céu e ainda sabe as da terra mais que to­dos os homens, ainda que hou­vesse algum que tivesse recebido do Senhor um conheci­mento especial de suma sabe­doria.

7 Do mesmo jeito, se fosses mais bonito e mais rico do que todos e mesmo que fizesses maravilhas, espantando demônios, tudo isso te é contrá­rio, e nada te pertence e de nada podes gloriar-te;

8 mas disto podemos gloriar-nos: de nossas fra­quezas (cf. 2Cor 12,5) e de carregar todos os dias a santa cruz de nosso Senhor Jesus Cristo (cf. Lc 14,27).

Admoestações – 6

SOBRE A IMITAÇÃO SO SENHOR

1 Consideremos, irmãos todos, o bom pastor, que para salvar suas ovelhas sofreu a paixão da cruz.

2 As ovelhas do Senhor seguiram-no na tribulação e perseguição, na vergonha e na fome, na enfermidade e na tentação e tudo o mais; e por isso receberam do Se­nhor a vida sempiterna.

3 Por isso é gran­de vergonha para nós, servos de Deus, que os santos fi­zeram as obras e nós, lendo-as, queremos receber glória e honra.

Admoestações – 7

QUE A BOA OPERAÇÃO SIGA À CIÊNCIA

1 Diz o apóstolo: A letra mata, mas o espírito vivifica (2Cor 3,6).

2 São mortos pela letra os que só desejam conhecer as palavras, para serem tidos como mais sábios entre os outros e pode­rem adqui­rir grandes riquezas e dá-las aos parentes e amigos.

3 E são mortos pela letra os religiosos que não querem seguir o espírito da letra di­vina mas só desejam saber mais as palavras e interpretá-las pa­ra os outros.

4 E vivificados pelo espírito da letra divina são aqueles que não atribuem ao corpo toda letra que sabem e desejam saber mas por palavra e exemplo devolvem-nas ao al­tíssimo Senhor Deus, de quem é todo bem.

Admoestações – 8

QUE O PECADO DA INVEJA DEVE SER EVITADO

1 Diz o Apóstolo: Ninguém pode dizer: Senhor Jesus, a não ser no Espírito Santo (1Cor 12,3); e:

2 Não há quem faça o bem, não há um sequer (Rm 3,12).

3 Portanto, todo aquele que inveja seu irmão pelo bem que o Senhor diz e faz nele, incorre no pecado de blasfêmia, porque inveja o próprio Altíssimo, que diz e faz todo bem.

Admoestações – 9

SOBRE O AFETO

1 Diz o Senhor: Amai os vossos inimigos [fazei o bem aos que vos odeiam, e orai pelos que vos perseguem e caluniam] (Mt 5,44).

2 Pois ama de verdade seu inimigo quem não se dói pela injúria, que o outro lhe faz,

3 mas se abrasa pelo amor de Deus por causa do pecado de sua alma.

4 E lhe demonstre afeto por obras.

Admoestações – 10

SOBRE O CASTIGO DO CORPO

1 Há muitos que quando pecam ou recebem uma injúria, muitas vezes acusam o inimigo ou o próximo.

2 Mas não é assim: porque cada um tem em seu poder o inimigo, isto é, o corpo, pelo qual peca.

3 Por isso, bem-aventurado é o servo (Mt 24,46) que sempre mantiver preso em seu poder tal inimigo e sabiamente guardar-se dele;

4 porque, enquanto fizer isso, nenhum outro inimigo visível ou invisível poderá prejudicá-lo.

Admoestações – 11

QUE NINGUÉM SE CORROMPA PELO MAL DE OUTRO

1 Nada deve desagradar ao servo de Deus senão o pecado.

2 E se alguma pessoa pecar de qualquer modo, e por isso, e não por caridade, o servo de Deus se perturbar e encolerizar, entesoura para si a culpa (cf Rm 2, 5).

3 O servo de Deus que não se ira nem se perturba por coisa alguma vive retamente sem próprio.

4 E bem aventurado é aquele que não guarda nada para si, dando o que é de César a César e o que é de Deus a Deus (Mt 22,21).

Admoestações – 12

ESPÍRITO DO SENHOR QUE DEVE SER CONHECIDO

1 Assim pode conhecer o servo de Deus se tem o espírito do Senhor:

2 quando o Senhor fizer através dele algum bem, se sua carne não se exaltar por isso, porque é sempre contrária a todo bem,

3 mas se se tiver ainda mais diante dos olhos por mais vil e se estimar como menor do que os outros homens.

Admoestações – 13

SOBRE A PACIÊNCIA

1 Bem-aventurados os pacíficos, porque serão chamados filhos de Deus (Mt 5,9). O servo de Deus não pode saber quanta paciência e humildade tem em si, enquanto tudo acontece como ele quer.

2 Mas quando vier o tempo em que os que lhe deveriam dar prazer fizerem o contrário, a paciência e humidlade que tiver nessa ocasião é tudo que tem e nada mais.

Admoestações – 14

SOBRE A POBREZA DE ESPÍRITO

1 Bem-aventurados os pobres de espírito, porque deles é o reino dos céus (Mt 5,3).

2 Há muitos que perseveram nas suas orações e trabalhos, fazendo muitas abstinências e suportando aflições em seus corpos.

3 Mas por uma só palavra que parecer injúria para o seu próprio eu, ou por alguma coisa que tirarem deles, logo se perturbam, escandalizados.

4 Esses não são pobres de espírito; porque o verdadeiro pobre de espírito odeia a si mesmo e ama os que batem no seu rosto (cfr. Mt 5,39).

Admoestações – 15

 SOBRE A PAZ

1 Bem-aventurados os pacíficos, porque serão chamados filhos de Deus (Mt 5,6).

2 Verdadeiramente pacíficos são aqueles que, com todas as coisas que sofrem neste mundo, por amor de nosso Senhor Jesus Cristo guardam a paz na alma e no corpo.

Admoestações – 16

SOBRE A LIMPEZA DO CORAÇÃO

1 Bem-aventurados os limpos de coração, porque eles verão a Deus (Mt 5,8).

2 São verdadeiramente limpos de coração os que desprezam as coisas terrenas, buscam as celestiais e não deixam de adorar e ver sempre o Senhor Deus vivo e verdadeiro, com coração e alma limpa.

Admoestações – 17

SOBRE O SERVO DE DEUS HUMILDE

1 Bem-aventurado o servo (Mt 24,46) que não se exalta mais por causa do bem que o Senhor diz e faz através dele do que pelo que diz e faz através de outro.

2 Peca o homem que mais quer receber do seu próximo o que não quer dar de si ao Senhor Deus.

Admoestações – 18

SOBRE A COMPAIXÃO DO PRÓXIMO

1 Bem-aventurado o homem que suporta o próximo segundo a sua fragilidade naquilo em que gostaria de ser suportado por ele, se o seu caso fosse parecido.

2 Bem-aventurado o servo que devolve todos os bens ao Senhor, porque quem guarda alguma coisa para si esconde em si o dinheiro do Senhor seu Deus (Mt 25,18) e o que julgava ter, vai ser tirado dele (Lc 8,18).

Admoestações – 19

SOBRE O SERVO DE DEUS HUMILDE

1 Bem-aventurado o servo que não se tem por melhor quando é engrandecido e exaltado pelos homens, do que quando é tido por vil, simples e desprezado,

2 porque quanto é o homem diante de Deus, tanto é e não mais.

3 Ai do religioso que foi posto no alto pelos outros e por sua vontade não quer descer!

4 E bem-aventurado o servo (Mt 24,4) que não é posto no alto por sua vontade e sempre deseja estar aos pés dos outros.

Admoestações – 20

SOBRE O RELIGIOSO BOM E O VÃO

1 Bem-aventurado é aquele religioso que não tem prazer e alegria a não ser nas santíssimas palavras e obras do Senhor

2 e com elas leva o homem ao amor de Deus com gozo e alegria (cfr. Sl 50,10).

3 Ai do religioso que se deleita em palavras ociosas e vãs e com elas leva o homem ao riso.

Admoestações – 21

SOBRE O RELIGIOSO VAZIO E FALADOR

1 Bem-aventurado o servo que, quando fala, não manifesta tudo a seu respeito procurando recompensa, nem é precipitado para falar (Pr 29,20), mas prevê sabiamente o que tem que falar e responder.

2 Ai do religioso que não sabe guardar em seu coração os bens que o Senhor lhe mostra (Lc 2,19-51) e em vez de mostrá-los aos outros por obras, quer mostrá-los às pessoas com palavras, visando recompensa!

3 Ele recebe sua recompensa (cf Mt 6,2;6,16) e os ouvintes obtêm pouco fruto.

Admoestações – 22

SOBRE A CORREÇÃO

1 Bem-aventurado o servo que recebe repreensão, acusação e castigo tão pacientemente de outro co-mo se fosse de si mesmo.

2 Bem-aventurado o servo que, repreendido, aceita com bondade, obedece confuso, confessa-se humildemente e satisfaz de boa vontade.

3 Bem-aventurado o servo que não é rápido para se desculpar e suporta humildemente a vergonha e a repreensão pelo pecado, quando não cometeu culpa.

Admoestações – 23

SOBRE A HUMILDADE

1 Bem-aventurado o servo que é tão humilde entre os seus súditos como se estivesse entre os seus senhores.

2 Bem-aventurado o servo que permanece sempre sob a vara da correção.

3 Fiel e prudente é o servo (cfr. Mt 24, 45), que em toda culpa que comete não demora para punir-se interiorrnente pela contrição e exteriormente pela confissão, satisfazendo com obras.

Admoestações – 24

SOBRE O AFETO VERDADEIRO

1 Bem-aventurado o servo que ama o seu irmão tanto quando está doente, e não lhe pode dar satisfação, como quando está com saúde, e pode ajudá-lo.

Admoestações – 25

OUTRA VEZ SOBRE O MESMO ASSUNTO

1 Bem-aventurado o servo que ama e respeita seu irmão quando ele está longe do mesmo jeito que quando ele está perto, e não diz nada por trás dele, que não possa dizer com caridade na sua frente.

Admoestações – 26

QUE OS SERVOS DE DEUS HONREM OS CLÉRIGOS

1 Bem-aventurado o servo que tem fé nos clérigos que vivem retamente segundo a forma da Igreja Romana.

2 E ai daqueles que os desprezam pois, mesmo que sejam pecadores, ninguém deve julgá-los, porque só o próprio Senhor reservou o direito de os julgar.

3 Pois como é maior o ministério a eles confiado do santíssimo corpo e sangue do Senhor nosso Jesus Cristo, que eles recebem e só eles administram aos outros, tanto maior pecado têm os que pecam contra eles, mais do que contra todas as outras pessoas deste mundo.

Admoestações – 27

SOBRE A VIRTUDE QUE AFUGENTE OS VÍCIOS

1 Onde há caridade e sabedoria, aí não há temor nem ignorância.

2 Onde há paciência e humildade, aí não há ira nem perturbação.

3 Onde há pobreza com alegria, aí não há cobiça nem avareza.

4 Onde há quietude e meditação, aí não há solicitude nem distração.

5 Onde há temor do Senhor guardando a porta, aí o inimigo não acha jeito de entrar.

6 Onde há misericórdia e discrição, aí não há superficialidade nem endurecimento.

Admoestações – 28

QUE SE DEVE ESCONDER O BEM PARA NÃO O PERDER

1 Bem-aventurado o servo que entesoura no céu (Mt 6,20) os bens que o Senhor lhe mostra e que não quer manifestá-los aos homens para receber recompensa,

2 porque o próprio Altíssimo manifestará suas obras a quem lhe agradar.

3 Bem-aventurado o servo que guarda os segredos do Senhor em seu coração (cfr. Lc 2,19. 51).

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